Lendas dos Penguins: Michel Briere

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Estou começando uma nova série no Pittsburgh Penguins Brasil, intitulada “Lendas dos Penguins”. E como já pesquisei e não encontrei nenhum material mais denso (no Brasil) sobre Michel Briere, ele será a primeira lenda da equipe que vou falar.

Briere passou rápido como um cometa, mas o suficiente para ser uma grande estrela e lenda do Pittsburgh Penguins.

Estrela em ascensão



No draft de 1969, o Pittsburgh Penguins contratou na terceira rodada (26º escolha para ser mais exato), Michel Briere, esperando que ele se torna-se a primeira grande estrela da equipe. Considerado baixinho por muitas equipes, o Penguins viu suas façanhas ofensivas na equipe de juniores Shawinigian Bruins e foi o suficiente para o escolherem.
Briere jogou para Shawinigan na temporada de 1968-69, marcando 75 gols, 86 assistências e 161 pontos em apenas 55 jogos. Um olheiro em entrevista a um jornal da época o descrevia da seguinte maneira. “Briere patina facilmente, não com grande velocidade, mas muito ágil, evitando contato. Seu disparo é rápido ao invés de poderoso, vem quando o goleiro menos espera, precedido por uma finta”.

Primeiro gol de Briere na NHL:

Apesar de ter jogado apenas uma temporada na Liga de Juniores, Briere entrou na NHL de imediato. Em sua primeira temporada marcou 12 gols e 44 pontos em 76 jogos, antes de marcar 5 gols e 8 pontos, em 10 jogos dos playoffs. Um desses gols nos playoffs, foi em uma varredura que o Penguins fez contra o Oakland Seals, vencendo em 4 jogos seguidos.

Briere rapidamente se tornou uma enorme força ofensiva para o Penguins, prometendo ser um grande e vitorioso jogador nos próximos anos. Até a grande tragédia.

O acidente
Sua promissora carreira terminou em uma noite escura logo após o término de sua única temporada. Michel havia retornado a Quebec, para fazer planos para o seu casamento que seria a menos de um mês. Quando, na noite do dia 15 de maio, seu carro não conseguiu guiar em uma curva próximo a cidade de Malartic e acabou saindo da pista (como a ilustração ao lado). Briere foi arremessado para fora do veículo, mesmo assim ele não ficou tão ferido fisicamente, mas teve ferimentos sérios na cabeça, ficando em coma.


Enquanto Briere estava no Hospital Notre Dame, em Montreal, o Penguins começou a pré-temporada. O então treinador Ken Carson acrescentou o nome de Briere a uma camisa que junto a bolsa de equipamentos de Briere, viajou com o time durante toda a temporada de 1970-1971 (como ilustrado ao lado). Nos momentos difíceis, Carson lembrava à equipe, “Mike está conosco”.
Dez meses depois, Briere foi transferido para o Hospital Marie-Clarac, em Montreal, no dia 27 de março de 1971. O Pens terminou a temporada regular em casa no dia 4 de abril, empatando com o St.Louis em 1 a 1, perdendo os playoffs. Nove dias mais tarde, depois de passar os últimos 11 meses em coma, Briere morreu às 4:20 da manhã de 13 de abril de 1971.
A notícia do falecimento de Michel foi entregue primeiro ao treinador Carson. “A família não pode ser contatada por isso me chamaram no início da manhã”, disse Carson e completou, “foi de partir o coração. Ninguém pensava que ele voltaria a jogar novamente, só queríamos que ele sobrevivesse”.

21
Ironicamente, Briere foi o primeiro de dois atletas de Pittsburgh a usar o número 21 que morreram em um período de 19 meses. Roberto Clemente, Hall da Fama do Baseball, faleceu em um acidente de avião na véspera de ano novo em 31 de dezembro de 1972.
“Ele foi um dos maiores jogadores com que já joguei. Ele não aceitava a derrota e buscava a vitória, muitas vezes sozinho. Se continuasse sua carreira, teria sido com certeza uma grande estrela por muito tempo”, disse Ken Schinkel, ex-jogador e treinador do Penguins.

O número de Briere não foi aposentado imediatamente pelo Penguins, mas ninguém mais o usou novamente. Carson, que permaneceu com a equipe por mais cinco anos, disse que, “ninguém nunca pediu para usar esse número. E se tivessem, eu teria contado a história de Mike”.
Em memória a Briere, a camisa de número 21 foi aposentada e foi criado o troféu Michel Briere Memorial para ser atribuído ao melhor estreante da equipe do Penguins. A franquia seguiu sem uma grande estrela até 1985, quando surgiu Mario Lemieux. Briere e Lemieux foram os únicos jogadores na história do Penguins a ter seus números aposentados.

O número de Briere foi oficialmente aposentado no dia 5 de janeiro de 2001. Nove dias depois, Lemieux voltou para mais uma vez vestir seu número, o 66. Resta apenas imaginar o quão bom Briere poderia ter sido e como ele poderia ter mudado a história do Pittsburgh Penguins para sempre.

LET’S GO PENS!